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Cap. 10

Ilustração com a silhueta de metade do corpo de uma mulher segurando um revólver com a mão direita. Atrás dela aparece uma grande marca de beijo com batom.

— Ei! Que belo animal. — diz Augustus acariciando o pelo castanho de sua montaria. Ele continua:

— Você é muito bonito. Vou dar uma bela cenoura para você quando chegarmos à outra cidade.

— Pelo menos ele gosta de cavalos — diz o xerife ajustando a sela de sua montaria.

Padre: — Já é meio caminho para ganhar seu coração. Cuidado para não se apaixonar.

O xerife prepara uma resposta pouco educada, mas é interrompido por uma voz aguda:

— Wayne! Não acredito que você vai viajar sem se despedir de mim. Venha já aqui! — Gritava uma... senhora?... do outro lado da rua.

Padre: — Falando em amor.

O xerife enterra a cabeça no chapéu e vai até a dama que o chama.

— Nossa, ela é quase do tamanho dele! — exclama Augustus com olhos arregalados vendo o xerife cruzar a rua. — É a esp....

O padre o interrompe com um tapa no peito: — Preste atenção! Quer chegar vivo em New Heaven? Não toque nesse assunto. Não pergunte. Não comente. Entendeu?

Augustus, tossindo devido ao tapa no peito: — Certo. Mas posso chamá-lo de Wayne?

O padre olha para cima, fecha seus olhos e respira, depois olha para Augustus, segura-o pelos ombros e diz: — Fique calado! A viagem toda.

Augustus: — E se ele me perguntar alguma coisa?

Padre: — Ele não vai.

Augustus: — Como pode ter certeza?

Padre: — Você não sabe nada que seja útil na viagem.

Augustus: — O senhor nem me conhece, eu...

Padre, colando o rosto em Augustus e falando entre os dentes: — Conheço o suficiente para começar a achar que o pessoal do seu circo tinha razão em querer te matar.

— Se você já acabou de benzer esse condenado, acho que podemos ir — diz o xerife enquanto monta em seu cavalo.

Augustus se livra do padre e monta em seu cavalo: — Adeus, senhor padre. Muito abrigado. Apesar de tudo, lembrarei sempre de como vocês me salvaram.

Augustus se despedia e o padre caminhava em direção ao saloon, provavelmente sem ouvir nada que foi dito depois de “Adeus”.

Os cavalos começam sua marcha e vão se afastando, mas ainda é possível ouvir mais uma vez a voz aguda: — Não esqueça o meu chapéu!

As palavras chegam ao xerife como facadas nas costas. Ele retesa o maxilar, pragueja mentalmente e olha para Augustus que, seguindo os avisos do padre, desvia o olhar.
 

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